Return on Ad Spend (ROAS): O que é, Como Calcular e Por que Importa [2025]

1. O que é Return on Ad Spend (ROAS)?

Definição técnica
O Return on Ad Spend (ROAS) é a métrica que mede o retorno financeiro gerado para cada real investido em publicidade paga. Ele expressa a relação entre receita atribuída a campanhas e o gasto com anúncios em determinado período.

Em outras palavras, se o ROAS é 4, significa que a cada R$ 1,00 investido em mídia, a empresa gerou R$ 4,00 de receita atribuída.

Contexto em 2025

  • O aumento da concorrência em canais digitais (Meta, Google, TikTok) elevou os custos de mídia no Brasil em média +18% entre 2023-2025.

  • A restrição de cookies e o avanço do privacy-first marketing dificultaram a atribuição direta, forçando empresas a usar modelos incrementais e análises baseadas em dados de 1ª parte.

  • O ROAS tornou-se não apenas uma métrica de marketing, mas um indicador financeiro estratégico, usado em conselhos de administração para validar budget e expansão.

Importância estratégica (5 pontos principais)

  1. Avaliação de eficiência: mostra quais campanhas realmente geram receita.

  2. Base para decisões de investimento: direciona onde ampliar ou cortar budget.

  3. Correlação com lucratividade: está diretamente ligado à margem bruta.

  4. Comparabilidade entre canais: permite avaliar Google Ads vs. TikTok Ads, por exemplo.

  5. Sustentabilidade de crescimento: ROAS consistente indica viabilidade de escala.

Por que é fundamental para Growth Marketing
Growth depende de testar, escalar e otimizar canais de aquisição. O ROAS é o termômetro financeiro que permite identificar canais escaláveis, garantindo que o crescimento não destrua margem.


2. Como Calcular Return on Ad Spend (ROAS)?

Fórmula básica

ROAS = Receita Gerada pelas Campanhas ÷ Investimento em Mídia

Exemplo prático
Um e-commerce brasileiro de eletrônicos em janeiro de 2025:

  • Investimento em mídia: R$ 500.000

  • Receita atribuída: R$ 2.000.000

ROAS = 2.000.000 ÷ 500.000 = 4,0

Isso significa que, para cada R$ 1,00 investido em mídia, foram gerados R$ 4,00 em receita.

Variações por tipo de negócio

  • SaaS: avalia ROAS considerando ARR ou MRR (não apenas receita imediata).

  • E-commerce: usa receita líquida por pedido atribuído.

  • Varejo físico com digital: mede ROAS omnichannel (campanha online → compra na loja).

  • Apps: pode considerar ROAS baseado em LTV previsto, não só receita inicial.

Componentes detalhados da fórmula

  • Receita: pode ser bruta, líquida ou incremental.

  • Investimento: inclui mídia paga, fees de agência e plataformas.

  • Atribuição: single-touch, multi-touch ou modelos incrementais.

Considerações importantes

  • Definir se receita será líquida (descontando devoluções e impostos).

  • Ajustar ROAS por margem (nem sempre ROAS alto é lucrativo).

  • Usar janelas de atribuição consistentes (7, 14 ou 30 dias).


3. Benchmarks por Indústria (2025)

Setor ROAS Médio (2025) Classificação
E-commerce Moda 4,0 – 6,0 Excelente
E-commerce Eletrônicos 3,0 – 5,0 Bom
Supermercados Online 2,5 – 4,0 Médio/Bom
Fintech B2C (cartões) 2,0 – 3,5 Médio
Fintech B2B 1,5 – 3,0 Problemático/Médio
SaaS B2C 3,5 – 6,0 Excelente
SaaS B2B SMB 2,5 – 4,0 Bom
SaaS Enterprise 1,5 – 3,0 Médio
Healthtech (apps) 2,0 – 3,5 Médio
Edtechs 2,5 – 4,5 Bom

Explicação das variações

  • Produtos com ticket médio baixo e alta recorrência (moda, SaaS B2C) podem ter ROAS mais alto.

  • Produtos enterprise ou B2B complexo toleram ROAS inicial menor, pois dependem de LTV.

Fatores que influenciam benchmarks

  1. Ticket médio.

  2. Margem bruta do setor.

  3. Concorrência em leilões de mídia.

  4. Frequência de recompra/recorrência.


4. Fatores que Impactam a Métrica

1. Internos – Estratégia de Campanha

  • Segmentação ruim aumenta custo e reduz receita atribuída.

  • Exemplo: campanha broad sem otimização cai de ROAS 4 para 2.

2. Internos – Mix de Produtos

  • Produtos de margem alta elevam ROAS.

  • Exemplo: varejista que promove eletrônicos premium obtém ROAS maior.

3. Externos – Concorrência de Mídia

  • Leilões inflacionados elevam custo por clique.

  • Exemplo: “celular Samsung” +25% de CPC em 2025.

4. Externos – Economia e Sazonalidade

  • Crises reduzem conversão → ROAS cai.

  • Datas sazonais (Black Friday) elevam conversão → ROAS sobe.


5. Estratégias para Otimizar a Métrica

  1. Otimização criativa e segmentação

    • Testes A/B em anúncios.

    • Ferramentas: Google Performance Max, Meta Ads.

    • ROI esperado: +15-30% no ROAS.

  2. Gestão de mix e margem

    • Focar em produtos de margem alta nas campanhas.

    • ROI: melhora de 20% no ROAS médio.

  3. Modelagem de atribuição avançada

    • Usar modelos incrementais e multi-touch.

    • Ferramentas: AppsFlyer, Rockerbox.

    • ROI: +10-20% em eficiência de budget.

  4. Automação com IA

    • Lances inteligentes baseados em CPA alvo ou ROAS desejado.

    • ROI: ganhos consistentes de +15% no longo prazo.


6. Análise e Interpretação

  • Benchmarking correto: comparar com players do mesmo setor, ticket e margem.

  • Análise temporal: acompanhar evolução mês a mês.

  • Métricas relacionadas:

    • CAC (Custo de Aquisição).

    • LTV (Lifetime Value).

    • Contribution Margin.

  • Fórmulas complementares:

ROAS Ajustado = (Receita × Margem Bruta) ÷ Investimento em Mídia
  • Dashboard recomendado:

    • ROAS por canal.

    • ROAS ajustado por margem.

    • Evolução semanal/mensal.

    • ESOV (Excess Share of Voice) vs ROAS.


7. Ferramentas e Recursos

  • Softwares especializados: Nielsen, AppsFlyer.

  • Plataformas de análise: Google Analytics 4, Power BI, Tableau.

  • Ferramentas gratuitas: Google Trends, Meta Ads Library.

  • Recursos brasileiros: RD Station, Exact Spotter.

  • Integrações recomendadas: BigQuery, n8n, Looker Studio.


8. Limitações e Cuidados

  • Armadilhas comuns: considerar receita bruta sem devoluções.

  • Manipulação: inflar atribuição com view-through conversions.

  • Distorções: canais last-click podem capturar crédito indevido.

  • Validação: cruzar ROAS com LTV real e margem.


9. FAQ – Perguntas Frequentes

  1. Qual a diferença entre ROAS e ROI?
    ROAS é específico de mídia paga; ROI considera todo o negócio.

  2. ROAS alto sempre significa lucro?
    Não. Precisa ser ajustado pela margem bruta.

  3. Qual o ROAS ideal?
    Depende do setor. No e-commerce brasileiro, 4+ é considerado excelente.

  4. Como ROAS se relaciona com CAC?
    ROAS olha receita gerada; CAC olha custo por cliente. Ambos devem ser usados juntos.

  5. ROAS deve ser medido em tempo real?
    Sim. Idealmente em dashboards diários para otimização rápida.

  6. Como medir ROAS em PLG (Product-Led Growth)?
    Deve considerar receita incremental do upgrade pago atribuída às campanhas.


10. Conclusão

Resumo dos pontos-chave para 2025

  • ROAS mede retorno direto da mídia paga e é pilar estratégico de Growth Marketing.

  • Benchmarks variam de acordo com setor, margem e ticket médio.

  • O uso de IA e modelagem avançada é essencial em 2025 para medir e otimizar corretamente.

5 próximos passos práticos

  1. Definir baseline de ROAS por canal.

  2. Implementar atribuição multicanal.

  3. Ajustar cálculo para margem bruta.

  4. Rodar experimentos contínuos em criativos e audiências.

  5. Revisar impacto de ROAS no LTV/CAC trimestralmente.

Importância estratégica final
Em 2025, o Return on Ad Spend (ROAS) deixou de ser apenas uma métrica de mídia para se tornar um indicador financeiro essencial. Empresas que dominam ROAS conseguem escala sustentável, eficiência de capital e vantagem competitiva em mercados cada vez mais caros e competitivos.

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